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6 coisas muito cariocas que não são daqui

Tem gente tão carioca que você nem diria que nasceu fora do Rio.  Tem também outras coisas importadas que se adaptaram tão bem ao cenário mais lindo do mundo
Mico rajado de cinza e preto, também conhecido como sagui ou mico-estrela
Mico-estrela não é um animal nativo da região

Tem gente tão carioca que você nem diria que nasceu fora do Rio.  Tem também outras coisas importadas que se adaptaram tão bem ao cenário mais lindo do mundo que muita gente acha que é tudo coisa nossa.

1 – Os micos que a gente vê por aí, aqueles rajados em preto e cinza, que andam sobre os fios de alta tensão e pelas matas da cidade, são na verdade forasteiros. Pior que isso: são considerados uma praga na Mata Atlântica, pois não têm predadores naturais, competem com os micos-leão (esses, sim, da gema) e comem ovos de pássaros nativos. Conhecido como sagui ou mico-estrela, o bicho é natural do Nordeste. Na trilha do Morro da Urca, há várias placas pedindo que os caminhantes não alimentem. Alguns biólogos vão mais longe: sugerem a expulsão dos macaquinhos daqui. 

2 – Os micos são fofos e dá até pena pensar que são uma praga, né? Mas o Aedes aegypti, nem isso. O mosquito transmissor de doenças como a dengue, a febre amarela, a chicungunha e a zika vem da África, mais precisamente do Egito (por isso o “aegypti” do nome). Segundo pesquisadores, chegou ao Brasil em navios que faziam o tráfico de escravizados, no período colonial. Chegou a ser dizimado no início do século XX, na campanha contra a febre amarela, mas voltou com tudo nos anos 1980, desta vez oriundo de Cingapura.

Duas espécies de árvores que viraram cariocas

3 – Se tem uma coisa presente em todos os bairros do Rio, o nome disso é amendoeira. Ou melhor, amendoeira-da-praia, ou Terminalia catappa. Elas são originárias da Ásia, mas chegaram ao Brasil junto com os portugueses, que usavam troncos da árvore como lastro para suas caravelas. Encontraram ótimas condições aqui e se espalharam sem cerimônia, e hoje são muito cariocas. Com suas raízes poderosas, são capazes de estragar calçadas (que, afinal, chegaram depois delas). Por volta de setembro, porém, ficam esplendorosas, colorindo a cidade de amarelo, laranja e vermelho. As folhas caídas entopem bueiros nas épocas chuvosas, e seu fruto não é “aquela” amêndoa que se come (esse é da espécie Prunus dulcis). Mesmo assim, as amendoeiras moram no coração do carioca.

4 – Muita gente não sabe, mas a Floresta da Tijuca, tal qual a conhecemos hoje, é uma obra humana. Em meados do século XIX, o Rio vivia uma crise hídrica sem tamanho. Em 1862, então, o imperador Dom Pedro II pediu que o major Manoel Archer desse início ao reflorestamento. Naquela época, o local onde hoje existe o Parque Nacional era ocupado por uma centena de chácaras, onde a elite carioca veraneava. O major deu prioridade a árvores nativas – ele cultivava algumas em seu sítio, em Guaratiba –, mas incluiu na lista a jaqueira (Artocarpus integrifolia), por sua facilidade de adaptação ao terreno. Em 12 anos, período que durou o trabalho de Archer, foram cerca de 80 mil mudas. Boa parte delas, jaqueiras, essa turista que virou carioca. 

Uma tradicional dupla praiana que também não é daqui

5 – Além de animais e árvores, mais um improvável estrangeiro engorda a lista: o biscoito Globo, natural de… São Paulo! Em 1953, os irmãos Milton, Jaime e João Ponce foram morar com um primo, padeiro no bairro paulistano do Ipiranga. Lá aprenderam a fazer biscoitos de polvilho, que eram vendidos nas ruas de lá. Em 1954, os três vieram ao Rio para vender biscoitos durante um congresso eucarístico. E aqui ficaram, contratados pela Padaria Globo, em Botafogo. Foi só então que os biscoitos foram batizados. Começaram a ser vendidos em padarias, mas ganharam a notoriedade de hoje ao invadirem as praias. Nada combina mais com o mate de galão do que o biscoito Globo.

6 – Agora se mata: o tradicional companheiro do biscoito Globo nas praias cariocas, o mate Leão, é paranaense! Agostinho Ermelino de Leão Junior foi seu criador, em 1901. Só na década de 50 do século passado o carioca descobriu que geladinho ficava essa delícia. Curiosamente, é feito de erva-mate (Ilex paraguariensis), a mesma matéria-prima que dá forma ao igualmente famoso chimarrão gaúcho. A diferença é que lá ele é servido moído, verde, e a que fez fama aqui é torrada, por isso a cor escura. Até hoje toda a produção é feita lá no Sul.

Conhece outras coisas muito cariocas (e que não são daqui) e que ficaram fora dessa lista? Avisa a gente!

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